19 janeiro, 2012

Assim caminha a obesidade…

A obesidade está presente na história há muitos anos, esteve representada em estudos arqueológicos, em telas renascentistas, entre outros. Em alguns períodos e em algumas sociedades, foi valorizada como sinal de saúde e beleza.

Atualmente, percebemos que este tema continua muito frequente na população, aparecendo cada vez mais cedo e ligado a fatores, que passam por questões orgânicas/genéticas, econômicas/ambientais e comportamentais/psíquicas.

No sentido psíquico, é importante salientar, que a comida é a nossa primeira forma de satisfação e relacionamento com o mundo.

Em linhas bem gerais, é através da amamentação que aprendemos a reconhecer a fome e a necessidade orgânica da comida, além de experienciarmos uma sensação de prazer frente ao alívio daquela tensão. O seio materno, através do leite, alivia o vazio do estômago e propicia um conforto emocional para o bebê.

Deste modo, é bem possível e natural que a comida ocupe também um lugar que vai para além da fome. E, assim, passamos a comer não só para saciar a fome, mas também para festejar, para nos presentear por um dia difícil, para nos ocupar ou simplesmente para preencher um vazio que já não é mais só do corpo.

Porém, ao contrário do que acontecia anteriormente, hoje, existe uma supervalorização de um corpo magro, esguio e bem torneado. Preza-se por um ideal de corpo, por uma imagem e não por um corpo ideal de acordo com a necessidade/saúde de cada um.

Além disto, a nossa sociedade, se depara com um turbilhão de informações que vamos consumindo, sem tempo para elaboração do impacto emocional que estas nos causam. Não há tempo para pensar no que sentimos e queremos diante de tudo que nos é oferecido.

Assim, diante dessas e outras questões atuais e frente a uma série de sintomas alimentares, que podem desencadear em obesidade, o atendimento psicológico pode possibilitar a percepção e releflexão sobre aspectos emocionais envolvidos na vida cotidiana e alimentação. Vale a pena pensar sobre o que se quer saciar quando se come. É só fome?
Dra. Nara Franco Perrone Unonius - CRP 06/97395
   Psicóloga

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